domingo, 16 de agosto de 2009

FALEMOS DE FÉRIAS E DE… CRISES!




Regressei hoje de uma semana de férias no Algarve. Até aqui nada de novo pois a grande maioria dos portugueses faz o que eu faço. Talvez não tenham o privilégio que tenho, pois não preciso de alugar casa. De resto fazem exactamente o mesmo que nós fazemos, demandam o “AllGarve” (palavra esquisita) todos os anos em busca de calor e relax.

Pois muito bem, tal como vos estava a contar regressei hoje desse Algarve cada vez mais fascinante e onde o sol não se esquece de aparecer em força.

Estava cheio. Não diria a rebentar pelas costuras, mas estava repleto de turistas nacionais e estrangeiros que normalmente neste mês de Agosto enche esta nossa província solarenga. Digo “nossa” mas não sei sinceramente se o será. Administrativa e geograficamente sim, agora na sua componente habitacional, ela é já maioritariamente “ocupada” por muitos estrangeiros que a procuram. Ingleses principalmente, que afinal nem a crise, nem os últimos e tristes acontecimentos no “Ocean Club” na Praia da Luz fizeram arrepiar caminho.

É vê-los, copo na mão nas ruas de Albufeira, Areias de São João e tantas outras localidades, mesmo as mais escondidas e que fazem parte de um outro Algarve, mais recatado mas não menos frequentado pelos tais “camones”, que já as descobriram todas.





Como sempre faço, dei as minhas voltinhas pela região e desta vez fui até à praia da Salema, de que ficámos fãs, e que ficou registada na nossa agenda para futuras visitas.

Descobri no entanto, outros pontos de interesse turístico, menos sonantes e que desconhecia por completo. Refiro-me por exemplo às praias de Cabanas Velhas e Boca do Rio e ao Forte de Almádena, uma velha fortaleza em ruínas mas bem localizada.

É sempre um prazer para mim, andar à descoberta de novos cantinhos que vão enriquecendo o meu conhecimento sobre o nosso país.

Mas vem toda esta crónica a propósito, não das minhas férias propriamente ditas mas sim do regresso que fiz hoje a casa. Parti do Algarve cerca das 15 horas da tarde e qual não foi o meu espanto, deparei-me com filas intermináveis de veículos que tal como eu faziam o seu regresso a casa depois de umas merecidas férias.

Lembrei-me de que era a meio do mês e portanto não havia de que me admirar. O meu espanto ficou repentinamente ocupado porque me lembrei de que o país está em crise.

Crise? Qual crise? Aquilo que presenciei foi a negação em absoluto dessa crise tão apregoada e tão sentida por muitos. Os “maquinões” que me ultrapassavam não enganavam ninguém. Altas cilindradas e de matrículas recentes, fizeram-me perguntar se estaria no sítio certo ou se aquilo que via era mesmo o tal país “de calças na mão”?





Curiosamente, já dois dias antes do meu regresso, passeando pela avenida marginal de Lagos, deparei-me com uma situação fora do vulgar (pelo menos para mim) pois no passeio, fazendo fila “indiana” bem comprida, dezenas de pessoas aguardavam a sua vez para jantar num determinado restaurante. Famoso e servindo bem, pensei eu admirado. O problema é que mais à frente à porta de outros dois restaurantes a cena repetia-se. Afinal isto não está tão mal como pintam. Eu é que me distraí com as finanças e ando meio “à rasca” para segurar as pontas e ter tudo em dia. E nem sequer terei o direito de criticar quem quer que seja pelo que faz ou como vive. Afinal eu também ali andava. Só com uma diferença, não passava férias no Algarve há dois ou três anos e desta vez a coisa proporcionou-se porque não tive de pagar alojamento. Jantar fora? Apenas uma vez e no “Mac Donald” que já foi bom. A minha viatura é de 98, faz doze aninhos no próximo mês de Novembro, e não ficou a dever nada aos “carrões” que encontrámos, e tenho a certeza de que chegámos quase à mesma hora, sendo certo que eu e a minha família chegámos bem e em segurança, três horas e meia depois da partida.

CRISE? ONDE?






Nota:

Estamos em trânsito por casa, fazendo uma pausa de poucos dias e confraternizando com os filhos, pois em breve seguiremos para o Norte, em busca das Festas de Nossa Senhora da Agonia na linda cidade de Viana do Castelo. É ali que mesmo sem muito calor, nos sentimos bem, por entre aquelas paisagens, no seio da nossa gente, genuína e pura, trabalhadora e alegre que é apanágio dos minhotos. Ali, com maiores ou menores dificuldades poucas vezes faltei e espero poder continuar a estar presente. Haja ou não crise. Desta aventura vos darei notícias na altura própria.

Primeira foto da Net

Restantes fotos são minhas

GOLDFIBGER



4 comentários:

Mare Liberum disse...

Este Algarve é fascinante mesmo. Recuso-me a escrevê-lo de outra maneira até porque me traz recordações que considero pouco abonatórias. Desta vez foste conhecer melhor o Barlavento algarvio mas há outras zonas paradisíacas sem mar mas com muito calor humano.
Quanto à crise ou às crises, elas sempre foram só para alguns, muitos, que comem o pão amassado com o seu suor ou até nem o comem porque o que gastaram em suor não deu para comprar o pão.

Beijinhos

Bem-hajas!

Ruma bem em direcção ao norte e dá-nos conta dessas festas maravilhosas onde se sente pulsar o coração das gentes.

Beijinhos para todos

FERNANDINHA & POEMAS disse...

QUERIDO ANTÓNIO, QUE BOM ENCONTRAR-TE AMIGO... DESEJO A BOA CONTINUAÇÃO DAS FÉRIAS... ADORO-TE,
FERNANDINHA

Goldfinger disse...

Uma nota de rectificação:

O meu "pópó" não faz doze anos mas sim onze...
Coisas do meu amigo Alemão... e acreditem que não é a minha vontade que ele seja velho. Espero poder conserva-lo mais uns aninhos.

Fica feita a emenda.

O meu agradecimento aos amigos que com toda a paciência do mundo continuam a visitar-me, mesmo sem eu dar algum sinal.

Isto um dia muda. Acredito que o difícil são os primeiros dez anos, depois torna-se tudo fácil.

Com estes amigos, tornei-me realmente num homem rico. Obrigado!

AI

amigona avó e a neta princesa disse...

Como é bom encontrar-te por aqui António!E de férias vindo do Sul rumando para o Norte...tudo de bom amigo, que te divirtas muito junto dos teus...
Quanto à crise António era bom que a tua análise correspondesse à sua ausência, mas não António ela EXISTE MESMO!!! E não é por existir que não há estradas cheias, restaurantes sem lugar e MUITA gente nos Centros Comerciais! Pelo contrário...muitas das pessoas que viste tinham já pouco dinheiro ou até pediram emprestado para ir ao restaurante! Outros pagam com crédito...só não estão lá os que não têm dinheiro, nem ninguém que lhes empreste ou nem cartão de crédito! E claro aqueles, mais organizados que não querem ir ou não vão porque sabem que não podem...
Isto é muito complicado e dava uma conversa longa! Sociologicamente isto tem muito que se lhe diga...mas agora não dá...acredita que milhares de portugueses ficaram em casa porque o dinheiro não dá...outros gastam o que têm e não têm...outros ainda acreditam que é possível mudar para melhor e não temos que ficar cada vez mais pobres enquanto outros (sem nada fazer) vão ficando cada vez mais ricos! Eu sou uma delas...não fui para o Algarve,,,não fui de férias...não passei por ti...como muitos outros...a vida está difícil? MUITO!!! Para alguns (muitos) está!
Um beijo amigo...Tudo de bom...