segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O QUE VAI NA CABEÇA DOS BEBÉS






Primeira Infância: Olha quem também pensa e sabe organizar o mundo

Em que pensará Ana João, com sete meses de vida, quando faz esta expressão? Estudos científicos recentes revelam que o mundo privado de uma criança durante o primeiro ano é bem mais complexo do que se suspeitava.

Era uma manhã de chuva e só faltava mesmo vestir-lhe a capa. Cláudia sentou Caetana, de oito meses, na cama e foi buscar o agasalho à gaveta. Mal viu a capa, a bebé atirou com decisão o corpo para trás. Cláudia aproximou-se da filha e olhou para ela. "O que a Caetana estava a pensar naquele momento era: ‘Ai queres vestir-me isso? Então vê lá se consegues, agora que estou deitadinha. Desenrasca-te!" Não é só a mãe que vê atrás daqueles olhos como berlindes alguma forma de pensamento não articulado e não dependente da linguagem. A ciência também. Cada vez mais.

Tinham oito meses – e provavelmente também não gostavam que lhes esticassem e encolhessem os braços para os vestirem – os bebés que se mostraram capazes de compreender noções de probabilidade, no contexto de uma experiência realizada na Universidade da Columbia Britânica, no Canadá. Foi-lhes apresentada uma caixa cheia de bolas de pingue-pongue, a maioria brancas, e outras, em menor número, vermelhas. Os bebés mostraram-se muito mais interessados e durante mais tempo se alguém tirava da caixa quatro bolas vermelhas e uma branca, possível mas pouco provável, do que diante da relação inversa das cores.







O cérebro dos bebés não é uma tábua rasa. Nem sequer o dos mais pequeninos. Não foi um movimento reflexo aquele sorriso que, com apenas 15 dias, a Luana apontou à mãe, Helena. "Eu aproximei-me dela e ri-me. Depois parei. E de novo voltei a aproximar-me e a rir-me." Naquela altura Luana não conseguia distinguir a cor dos olhos ou da blusa da mãe – até aos quatro meses os bebés vêem o mundo em tons de cinzento – mas soube comunicar com ela e brindá-la com o seu primeiro sorriso intencional. Helena tem a certeza: "Eu sou muito mais do que o almoço para ela."

Com dois meses, tantos quantos os que a Luana tem agora, os bebés são capazes de reconhecer uma sequência de luzes, de maneira a antecipar a que vai acender-se de seguida. Ou seja, têm memória eficaz. Memória absolutamente físico-sensorial, sem linguagem, relacionada por exemplo com o olfacto. Luana conhece bem o cheiro da mãe – "já fiz a experiência de colocar roupa minha na cama dela. Ela acalma-se" – e é sensível ao som. "Refila quando a música de um bonequinho que comprei para ela acaba."







PERCEPÇÃO DO MUNDO

Para a música parece ter nascido, há nove meses, o Bruno. Delira quando o pai toca guitarra baixo. "Tenta aproximar-se e quer chegar com os dedinhos às cordas", conta a mãe, Raquel. Em certa ocasião, ouvindo um solo de baixo reproduzido no computador, o bebé olhou de imediato para a guitarra e ajeitou a mais perfeita expressão de espanto – como quem pensasse: ‘Então?! Era suposto o som vir dali!’

Sim, os bebés são capazes de organizar informação e tirar conclusões sobre o mundo que os rodeia. Prova – científica e nem um pouco manipulada pelo amor maternal – disso mesmo é a surpresa que revelam diante de truques de Física que ‘mexem’ por exemplo com a gravidade.

Prenda-se um objecto ao tecto usando um fio transparente de modo a parecer que fica em cima da mesa. De seguida arraste-se a mesa. Um bebé de três meses ficará deveras surpreendido por ver que o objecto continua no mesmo sítio. Esconda-se agora atrás de uma cortina um brinquedo que desaparece assim que aquela se abre. Mostre-se por fim um comboio que, através de animação digital, atravessa um muro sem o deitar abaixo. ‘Não pode ser!", disseram as expressões dos bebés que participaram em tais experiências realizadas, pela psicóloga Elizabeth Spelke, na Universidade de Harvard, nos EUA. Os resultados demonstram que uma criança de três meses tem noções de gravidade (o objecto devia cair quando a mesa é arrastada), continuidade da matéria (o boneco não devia desaparecer atrás da cortina) e solidez (o comboio devia destruir o muro quando o atravessa).







Nos últimos anos, à simples observação do comportamento aliou-se tecnologia capaz de levar os adultos a ‘espreitar’ o cérebro dos bebés em pleno funcionamento. Uma chupeta com um sensor ligado ao computador permitiu, por exemplo, avaliar a influência do pensamento e da linguagem nos primeiros seis meses de vida. Determinado o ritmo de sucção em momentos de calma, foi ‘pedido’ ao bebé que usasse a chupeta enquanto a mãe lia um texto para ele. Quando, sem qualquer inflexão, a mãe mudou de idioma, a frequência da sucção alterou-se, ou seja, o bebé tinha percebido a alteração.

O que o Bruno, de nove meses, nunca deixa passar sem resposta são as alterações na voz da mãe e do pai. "Se lhe falamos de uma maneira mais séria, ele fica sentido. Se brincamos, desata à gargalhada." E reage à incoerência, como daquela vez em que o pai estava a dar-lhe de comer e ralhou com o cão. O bebé olhou para ele e parecia querer dizer-lhe: ‘O que foi? Estou a portar-me bem. Por que é que estás zangado?’

O que também parece absolutamente claro na cabeça deste bebé é a diferença entre animado e inanimado. O Bruno não espera que os objectos se mexam mas não lhe causa surpresa o movimento dos dois cães e dois gatos que vivem lá em casa. Tem preferência pelo enorme Rafeiro Alentejano, ao qual reage com manifestações de alegria, e pelo gato ‘Óscar’ , que brinda, mal vê, com um triunfante ‘Yahhhh’ antes de tentar agarrá-lo.







O BEBÉ FILOSÓFICO

"Os estudos científicos mostram que os bebés são abertos às experiências e aprendem com facilidade. Essa capacidade implica um nível bastante elevado de consciência do que aquele, bastante limitado, que antes lhe atribuímos", escreve a psicóloga americana e professora na Universidade da Califórnia Alison Gopnik no livro, ainda não publicado em Portugal, ‘The Philisophical Baby’ (‘O Bebé Filosófico’), que compila os mais recentes estudos de neurocientistas, psicólogos e linguistas sobre a matéria.

Precisamente hoje, domingo, Ana João celebra sete meses de vida. É provável que a saúdem também na rua, quando os pais a levarem em passeio. E Ana há-de sorrir-lhes daquela maneira um tanto enfastiada que Inês, a mãe, bem conhece. "Levanta ligeiramente o lábio superior com se dissesse: ‘Vá toma lá e deixa-me em paz." Bem diferente do sorriso que dedica àqueles de quem mais gosta.







Mesmo não gostando de estar sozinha, a bebé já lida com a ausência da mãe, desde que a sinta perto. "Esta rapariga, que precisa de mim para tudo, se está a brincar com os bonecos parece autónoma", brinca Inês. O Bruno também já percebe que pode não ver a mãe mas ela anda por ali. "Ele às vezes chora a chamar-me. Digo-lhe: ‘Bruno, a mãe vai já’. Ele cala-se por alguns momentos mas se me demoro muito refila de novo", conta Raquel.

Resultado de uma abordagem científica que reduzia os bebés a ‘esponjas’ no meio de uma confusão de estímulos, as mães remetem não raro as reacções dos seus bebés para a categoria de reflexos, resistindo ao primeiro impulso de entendê-las como respostas estruturadas. "É fácil distinguir o que é reacção quase mecânica do que equivale a uma resposta baseada num pensamento estruturado. Os pais sabem-no instintivamente", contrapõe o pediatra Mário Cordeiro.







"AO EXECUTAR TAREFAS, ELES ESTRUTURAM O PENSAMENTO" (Mário Cordeiro, pediatra e autor de ‘O Grande Livro do Bebé’ e de o ‘Livro da Criança’)

- Os bebés com menos de um ano pensam?

- Pensam, raciocinam e fazem um excelente uso de todas as formas de pensamento, na gestão do dia-a-dia, criatividade, estratégias para fazer prevalecer a vontade e para fazer chegar a água ao seu moinho – a Ciência mostra que se pensa logo desde a barriga da mãe.

- Como sabemos se eles pensam e em que pensam?

- A observação das atitudes, comportamentos e respostas permite extrapolar isso. Saber no que estão a pensar é mais difícil nas primeiras semanas, mas podem adivinhar-se as áreas: fome-comida, angústia-conforto, frio-agasalho, etc. Um pouco mais tarde, o bebé já mostra claramente, de um modo objectivo, aquilo em que está a pensar.

- Como é que eles pensam, atendendo a que associamos pensamento a linguagem e eles não falam?

- Pensar não é falar. Falar é uma das muitas formas de comunicar, pensar é elaborar uma informação, um conhecimento, um sentimento, um raciocínio para gerar uma nova conclusão. E o bebé, ao executar as suas tarefas, ao brincar, sorrir, chorar... está a pensar e a estruturar-se a cada pensamento.

- Os bebés distinguem emoções, como alegria e tristeza, nos outros?

- Sim, desde a barriga da mãe – as grávidas sabem bem que, ao comer um pastel de nata, o feto dá "pulos" de contente e mexe-se muito. E os bebés a quem a mãe sorri, sorriem. Se a mãe fizer "cara feia", eles ficam parados, fazem beicinho e depois choram.







CÉREBRO SOFISTICADO

Um recém-nascido é capaz de ver e ouvir, bem como de perceber e reconhecer cheiros. Está longe de assemelhar-se a uma folha de papel em branco. Mesmo se o desenvolvimento infantil é lento e pausado, o cérebro de uma criança durante o primeiro ano de vida tem, comprovadamente, capacidades sofisticadas.

ZERO A TRÊS MESES: CONHECE O CHEIRO DA MÃE

Reconhece o cheiro e a voz da mãe. Vê com nitidez à distância que a mãe lhe fala. Tem bom olfacto. Ouve bem. Prefere desenhos a preto e branco.

QUATRO A SEIS MESES: DISTINGUE CORES E ROSTOS

Incorpora cores: azul, roxo, amarelo. Prefere os sabores doces. É fascinado pelo rosto dos que o rodeiam, no qual descobre emoções e sentimentos.

SEIS MESES: LIDA COM A AUSÊNCIA DA MÃE

Pode ficar sozinho porque percebe que o facto de não ver a mãe não significa que ela não esteja perto. Aceita a ausência desde que a ouça amiúde.

SEIS A OITO MESES: SABE QUAL É A HORA DA COMIDA

Reconhece os horários da comida e fica na expectativa. Explora o mundo com as mãos. Reconhece aqueles que identifica com os seus objectos.

OITO A DEZ MESES: RECONHECE O PRÓPRIO ROSTO

Antecipa situações. Sabe, por exemplo, que a mãe vai sair quando veste o casaco. Com dez meses distingue e reconhece o seu rosto no espelho.








NOTAS

PERTO

Um recém-nascido é capaz de encontrar um objecto que se desloca e de segui-lo.

LONGE

O desinteresse pelo que vê ao longe pode resultar de não ter memórias e logo termo de comparação.

SONHOS

Neurobiologia prova que os bebés sonham. O sono REM, ligado ao sonho, aparece antes do fim do primeiro ano.

VOZ

Criança é especialmente sensível à voz humana. Também assim detecta angústia e inquietação.

Isabel Ramos / Correio da Manhã

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domingo, 29 de novembro de 2009

PADRE DE CELORICO NÃO FOI O PRIMEIRO NEM SERÁ O ÚLTIMO




Em Portugal há 400 padres católicos casados

Tal como sucedeu recentemente com o jovem padre de Celorico de Basto, muitos sacerdotes deixam o exercício do ministério por amor. Casam-se e têm filhos, mas para poderem ter um casamento religioso precisam de uma autorização vinda do Vaticano. Em Portugal, a Associação Fraternitas Movimento junta 107 padres casados e as suas famílias

Ao fim de 12 anos como sacerdote, José Serafim de Sousa sentiu que era altura de mudar. "Depois conheci alguém por quem me apaixonei e pedi dispensa ao bispo", conta. Passados três meses, conseguiu a redução ao estado laical e casou-se pela Igreja Católica. Hoje, passados 35 anos e com dois filhos e dois netos, este sacerdote assegura que não se arrepende. Como ele, em Portugal, há mais 400 padres que deixaram a Igreja Católica para enveredar pela vocação do matrimónio.







Segundo as regras da Igreja Católica nada impede que um sacerdote possa casar, pelo civil, depois de ser ordenado. É que, embora de acordo com os cânones católicos se esteja perante um pecado, não existe qualquer situação que implique uma pena canónica. "Só se tentar casar pela Igreja Católica, ainda obrigado às regras religiosas, é que o sacerdote irá incorrer numa violação da lei católica", explicita um elemento da Diocese de Lisboa.

Porém, e caso os sacerdotes desejem casar pela Igreja Católica terão de solicitar ao Vaticano a redução ao estado laical. Só depois de ser aceite o fim das obrigações religiosas é que o sacerdote poderá contrair matrimónio na igreja. Foi o que sucedeu a um sacerdote indiano ano passado se casou com uma freira portuguesa. "Casaram primeiro pelo civil e depois de autorizados pelo vaticano casaram pela Igreja", conta José Serafim de Sousa, que lidera a Fraternitas Movimento, uma associação privada de fiéis constituída por padres dispensados do exercício do ministério, casados ou não, e suas esposas ou viúvas.

A associação conta com 107 padres casados como sócios, e grande parte tem mais de 70 anos, mas há outros com cerca de 40 anos. Um dos casos mais recentes é um padre da Diocese de Lamego, que se casou com uma rapariga da terra.






Aliás, muitos dos padres apaixonam-se pelas secretárias, ajudantes ou alunas. Foi o que terá acontecido a Rui Pereira, de Celorico de Basto e a um padre de Bragança, que há 20 anos, dava aulas de Direito e se apaixonou por uma aluna 16 anos mais nova, com quem casou.

"Há casos mais simples e outros mais complicados", diz José Serafim de Sousa, adiantando que um padre, que acredita em Deus, quer sempre casar-se pela Igreja. No seu caso, foi fácil. Quando se apaixonou pediu dispensa e três meses depois, e "porque o bispo era uma pessoa compreensível e simpática", conseguiu a redução ao estado laical e ainda no ano de 1974 casou.

A associação que José lidera esteve este fim-de-semana reunida num retiro em Fátima. "É preciso dizer a quem deixa o sacerdócio que a vida continua E que nos procura é porque quer manter a ligação à igreja, porque sente alguma nostalgia", explica o padre casado.








Há, porém, alguns que "pedem para regressar ao seio da Igreja Católica". Normalmente quando se divorciam ou, sobretudo, quando ficam viúvos.

Para José Serafim de Sousa, que defende que "o celibato foi imposto pela hierarquia e que não tem ponta por onde se lhe pegue", a Igreja Católica está a entrar em contradição consigo própria. "Não percebo por que é que o Santo Padre recebe os padres anglicanos, que são casados, e não aceita que os padres católicos se casem", diz, considerando que a "aceitação dos padres anglicanos poderá alargar a discussão ao casamento dos padres católicos". Mas, admite: "A Igreja é muito lenta na mudança.

por HELDER ROBALO, com CATARINA GUERREIRO/DN PORTUGAL

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Comentário:

“Sem comentários!”

GOLDFINGER


sábado, 28 de novembro de 2009

MAIS UMA CAMPANHA DE SOLIDARIEDADE




Banco Alimentar inicia hoje campanha de recolha de alimentos

O Banco Alimentar Contra a Fome promove hoje e domingo uma nova campanha de recolha de alimentos em supermercados de 17 regiões do país, numa altura em que aumentou o número de pessoas necessitadas.

Em 17 regiões do país (Lisboa, Porto, Coimbra, Évora-Beja, Aveiro, Abrantes, São Miguel (Açores), Setúbal, Cova da Beira, Leiria, Fátima, Oeste, Algarve, Portalegre, Braga, Santarém, Viseu-Viana do Castelo), cerca de 25 mil voluntários vão estar à porta dos estabelecimentos comerciais a convidar os portugueses a doarem contribuições em alimentos.

Na maior acção de voluntariado organizada em Portugal, a campanha de recolha de alimentos vai decorrer em 1320 lojas de 17 regiões do país. Segundo o Banco Alimentar Contra a Fome, leite, atum, conservas, azeite, açúcar, farinha, bolachas, massas e óleos são os produtos que devem ser privilegiados.







Isabel Jonet, presidente do Banco Alimentar Contra a Fome, disse à agência Lusa que, no primeiro semestre de 2009, 1.650 instituições foram apoiadas com produtos, que concederam ajuda alimentar a mais de 267 mil pessoas comprovadamente carenciadas.

Segundo Isabel Jonet, no primeiro semestre houve um aumento de 17 mil pessoas ajudadas pelos bancos alimentares relativamente ao ano passado. “Tem sido crescente o número de pessoas que recorrem ao banco alimentar para pedir ajuda e também o número de instituições que pedem um acréscimo de produtos”, adiantou.






De acordo com a organização, desempregados, idosos, crianças e famílias desestruturadas são os grupos mais atingidos pela situação de agravamento da situação económica em Portugal.

Isabel Jonet considera que o aumento da procura de ajuda se deve à situação difícil em que se encontram muitas famílias portuguesas devido à crise, “porque há pessoas numa situação mais difícil devido ao desemprego, mas também porque essas pessoas deixam de poder pagar as mensalidades das creches e dos lares, deixando as instituições de solidariedade social um bocadinho asfixiadas, uma vez que não têm os recursos de que estavam à espera”.

Além das campanhas de recolha em supermercados, organizadas duas vezes por ano, os Bancos Alimentares Contra a Fome recebem diariamente excedentes doados pela indústria agro-alimentar, agricultores, cadeias de distribuição e operadores dos mercados abastecedores.








No ano passado, os 14 Bancos Alimentares Contra a Fome operacionais distribuíram um total de 17 500 toneladas de alimentos, equivalentes a um valor global estimado superior a 27 352 milhões de euros.

O primeiro Banco Alimentar nasceu em Portugal em 1992 e actualmente estão em actividade 17 Bancos Alimentares, congregados na Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares, com o objectivo comum de ajudar pessoas carenciadas.

Público.PT

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Comentário:

“Mais uma vez os portugueses são chamados a ajudar os que mais precisam e que, infelizmente vão aumentando dia após dia.

Esta acção não deveria ser necessária pois todos os homens deveriam ter os mesmos direitos, as mesmas oportunidades e as mesmas condições de sobrevivência. Acho que nem as obrigações são iguais para todos.

São de novo aqueles que ainda vão tendo trabalho mas que também atravessam a crise que se abateu no mundo, que se mostram solidários com o próximo, respondendo ao apelo de forma exemplar.

Nos diversos locais onde milhares de voluntários estão disponíveis para recolher as oferendas que a população vai podendo dar, as provas dessa solidariedade são bem visíveis. Raro foi aquele que vi entrar nas grandes superfícies que não trouxesse à saída a sua dádiva, mesmo pequena que fosse.

Darão pouco, é verdade mas dão do fundo do coração e com a mesma alegria com que levariam para casa o que ali foram deixando. E é uma sensação de consciência em paz por terem podido ajudar.

Pena que o Estado não faça o mesmo e não obrigue as grandes empresas que mesmo tempos difíceis ainda vão apresentando lucros assinaláveis.

Devem ter dificuldade reconheço, porque andarão alguns “gestores” ou “empresários” a dividir entre si o que poderia e chegaria para resolver muitos dos problemas das famílias carenciadas do nosso país.

Não esqueço a Igreja, que tem uma acção meritória em muitas situações, mas que não se priva de imponentes e avultados investimentos que não se percebe para que servem.

Uma melhor e mais equitativa distribuição da riqueza seria talvez a solução dos problemas da fome, mas isto sou eu a falar alto.

Uma palavra de apreço pelos milhares de voluntários que dedicaram o seu dia de hoje a tão nobre acção solidária “

GOLDFINGER


sexta-feira, 27 de novembro de 2009

ÓPTIMO FIM DE SEMANA PARA TODOS

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GOLDFINGER

HOJE É TEMPO DE SER FELIZ!






A vida é fruto da decisão de cada momento. Talvez seja por isso, que a ideia de plantio seja tão reveladora sobre a arte de viver.

Viver é plantar. É atitude de constante semeadura, de deixar cair na terra de nossa existência as mais diversas formas de sementes.

Cada escolha, por menor que seja, é uma forma de semente que lançamos sobre o canteiro que somos. Um dia, tudo o que agora silenciosamente plantamos, ou deixamos plantar em nós, será plantação que poderá ser vista de longe...

Para cada dia, o seu empenho. A sabedoria bíblica nos confirma isso, quando nos diz que "debaixo do céu há um tempo para cada coisa!"

Hoje, neste tempo que é seu, o futuro está sendo plantado. As escolhas que você procura, os amigos que você cultiva, as leituras que você faz, os valores que você abraça, os amores que você ama, tudo será determinante para a colheita futura.

Felicidade talvez seja isso: alegria de recolher da terra que somos, frutos que sejam agradáveis aos olhos!

Infelicidade, talvez seja o contrário.

O que não podemos perder de vista é que a vida não é real fora do cultivo. Sempre é tempo de lançar sementes... Sempre é tempo de recolher frutos. Tudo ao mesmo tempo. Sementes de ontem, frutos de hoje. Sementes de hoje, frutos de amanhã!

Por isso, não perca de vista o que você anda escolhendo para deixar cair na sua terra. Cuidado com os semeadores que não o amam. Eles têm o poder de estragar o resultado de muitas coisas.

Cuidado com os semeadores que você não conhece. Há muita maldade escondida em sorrisos sedutores...

Cuidado com aqueles que deixam cair qualquer coisa sobre você, afinal, você merece muito mais que qualquer coisa.

Cuidado com os amores passageiros... eles costumam deixar marcas dolorosas que não passam...

Cuidado com os invasores do seu corpo... eles não costumam voltar para ajudar a consertar a desordem...

Cuidado com os olhares de quem não o sabe amar... eles costumam fazer-lhe esquecer que você vale à pena...

Cuidado com as palavras mentirosas que esparramam por aí... elas costumam estragar o nosso referencial da verdade...

Cuidado com as vozes que insistem em lhe recordar os seus defeitos... elas costumam prejudicar a sua visão sobre si mesmo.

Não tenha medo de se olhar no espelho. É nessa cara safada que você tem, que Deus resolveu expressar mais uma vez, o amor que Ele tem pelo mundo.

Não desanime de você, ainda que a colheita de hoje não seja muito feliz.

Não coloque um ponto final nas suas esperanças. Ainda há muito o que fazer, ainda há muito o que plantar, e o que amar nessa vida.

Ao invés de ficar parado no que você fez de errado, olhe para frente, e veja o que ainda pode ser feito...

A vida ainda não terminou. E já dizia o poeta "que os sonhos não envelhecem..."

Vai em frente. Sorriso no rosto e firmeza nas decisões.

Deus resolveu reformar o mundo, e escolheu o seu coração para iniciar a reforma.

Isso prova que Ele ainda acredita em você. E se Ele ainda acredita, quem sou eu para duvidar... (?)

Padre Fábio de Melo

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