Portuguesa descobre gene envolvido na formação de neurónios
Descoberta publicada “Nature Neuroscience"
A bioquímica Luísa Pinto, agora no Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde da Universidade do Minho, é a primeira autora de um artigo científico que anuncia a descoberta de um gene importante na formação dos neurónios. Publicado na última edição da revista “Nature Neuroscience”, o artigo diz que o gene – chamado AP2gamma – desempenha um papel essencial no desenvolvimento dos neurónios do córtex visual, onde se processa a informação visual.
Quando estava no Instituto de Investigação de Células Estaminais de Neuherberg, na Alemanha, Luísa Pinto e a colega alemã Magdalena Götz investigaram, numa primeira fase, a transformação em neurónios de um grupo de células estaminais embrionárias. As células estaminais embrionárias têm a capacidade de dar origem a todos os tipos de células no organismo, que se tornam por exemplo tecido da pele, do coração ou neurónios, já diferenciados.
Através do estudo do cérebro de embriões de ratinho, a equipa descobriu que o gene AP2gamma comanda o fabrico de uma proteína que leva a que as células estaminais embrionárias se transformem em neurónios no córtex cerebral, em particular no córtex visual. “É esse gene que leva a que se formem esses neurónios. Mostrámos que é importante em termos funcionais para a visão”, sublinha Luísa Pinto, de 28 anos, que voltou a Portugal em Janeiro.
A investigadora está agora envolvida no passo seguinte da investigação: verificar se o gene descoberto consegue conduzir à formação de novos neurónios num cérebro adulto. “No cérebro adulto, os neurónios não se regeneram”, explica Luísa Pinto. “O que estou a fazer agora é ver se este gene consegue levar à formação de novos neurónios em situações normais e de doenças, como as doenças relacionadas com o ‘stress’, onde os neurónios estão em menor número numa zona do córtex cerebral que se chama hipocampo.” Um exemplo de doença relacionada com o ‘stress’ é a depressão. “Mas várias outras doenças têm como consequência uma diminuição do número de neurónios no cérebro.”
Comentário:
Periodicamente aparecem portugueses cujo trabalho científico é notório, inovador e brilhante, reveladores do verdadeiro espírito Lusitano, comprovando que se tivermos os meios, temos os cientistas.
Não só os cientistas, mas também os técnicos, os operários, os futebolistas e tantos outros, são a prova de que temos tanto ou mais valor que qualquer outro cidadão de país mais desenvolvido que o nosso. Daí que quando nos aparecem notícias destas, os seus protagonistas tenham ainda mais valor por conseguirem neste jardim à beira mar plantado, com limitações e condicionalismos, mostrar ao mundo que os Portugueses, quando lhes dão condições, são realmente valiosos e competentes nos seus trabalhos, enchendo de orgulho o seu país.
A esta ilustre desconhecida (até agora), a bioquímica Luísa Pinto, deixo os meus parabéns. Que o seu trabalhe continue a dar frutos.
Foto da Net
GOLDFINGER
5 comentários:
Ora já cá estou...
E não foi necessário grande trabalho de neurones..
Parabéns a essa jovem!
Um abraço para você.
É muito bom ter notícias desta gente jovem que nos enche de orgulho!
Bem hajas, meu Amigo.
é sempre um orgulho para nós termso estes "alguéns" com reconhecimento no além fronteira...
beijinhos
Ilustre, brilhante e bonita. Parabéns à jovem e que lhe sejam dados meios para continuar a mostrar o seu valor, sem ter que emigrar.
Um abraço
Parabéns Luísa.
Mesmo se os apoios devidos, os Portugueses mostram ao Mundo que são capazes. E muito!
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