quarta-feira, 12 de maio de 2010

Portugal apresenta pior nível salarial dentro da Zona Euro







OCDE coloca o país em 17.º na carga fiscal. Casais com filhos mais beneficiados do que solteiros

Portugal tem o pior nível salarial no conjunto dos países da OCDE que integram a Zona Euro. São 1388€ de remuneração bruta mensal. A carga fiscal representa 37,2% dos custos totais suportados pelo empregador e empregado, a 17.ª mais alta num total de 30 países.

De acordo com o relatório "Taxing Wages 2008-2009", ontem divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), a carga fiscal ficou praticamente inalterada: aliviou 0,07 pontos percentuais de 2008 para o ano passado.

Um casal que tenha duas crianças e um dos elementos ganhe o salário médio bruto (1388€ x 12 =16 657€ anuais, uma vez que a OCDE neste indicador refere-se à média ponderada de 12 meses) e o outro apenas 33% (458€), terá uma carga fiscal de 28,4% do custo total inerente à criação dos respectivos postos de trabalho (28,8% em 2008), isto quando se tem em conta os impostos sobre os salários, contribuições para a Segurança Social (do empregador e do empregado) e descontando os subsídios dados pelo Estado português (abono de família é um exemplo). Esse mesmo casal tem uma carga fiscal de 3,6% (3,7% em 2008) só sobre o salário, se a referência para esta taxa for a percentagem da remuneração bruta auferida e não o custo total do posto de trabalho.

A OCDE faz uma análise mais fina país a país e revela alguns dados interessantes. Partindo do exemplo de um casal com dois filhos, em que um dos elementos ganha precisamente o salário médio nacional (1388€) e o outro 67% do mesmo (930€), a remuneração bruta anual ascende a 27 761€. Neste caso concreto, os subsídios do Estado totalizam 7776€ por ano e os benefícios fiscais 855€. Este casal pagará 5147€ de impostos (à Segurança Social, IMI, IRS, entre outros) por ano, sendo a sua carga fiscal específica de 32,5%. Contas feitas, esta família leva efectivamente para casa 23 201€, isto é, 1934€ por mês e não os 2313€ brutos (OCDE multiplica ganhos sempre por 12 parcelas para encontrar valor anual). O que ficou pelo caminho? Os impostos pagos ao Fisco e Segurança Social, efeito apenas amenizado pelos subsídios que o Estado concede.

Usando os mesmos pressupostos relativamente ao salário médio, um casal com dois filhos em Espanha terá uma carga fiscal de 34,8%, mas a verdade é que os salários são superiores (1995€/mês é a média espanhola). Na prática, um casal espanhol com aquele perfil leva para casa 33 795€ por ano (2816€ mensais).

Ser solteiro e não ter filhos não compensa em Portugal, uma vez que a carga fiscal é de 37,2% para quem ganha o salário médio. No entanto, se for solteiro e tiver dois filhos, então a carga fiscal desce logo para 20,8%.

PEDRO ARAÚJO/Jornal de Notícias

Foto da Net

Comentário:

Rapaziada solteira, vá de fazer meninos que a vida está difícil….

GOLDFINGER



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