terça-feira, 29 de setembro de 2009

NATUREZA




Descobertas 163 novas espécies na Ásia

por C.G.

Investigadores descobriram no rio Mekong mais de 150 animais e plantas até agora desconhecidos. Conservação dos 'habitats' preocupa especialistas

Um pássaro que não voa porque prefere caminhar. Um lagarto com pele de leopardo e olhos de gato. Uma rã com chifres. São três das 163 novas espécies descobertas nas margens do rio Mekong, na Ásia.

Esta zona do planeta esteve vedada aos investigadores durante várias décadas, dados os constantes conflitos armados que ali ocorreram. Nos últimos anos, a região tornou-se mais pacífica e os líderes dos governos mostraram-se mais sensibilizados para a investigação sobre a fauna e flora locais.

Com estas condições reunidas, foi possível descobrir o tesouro da natureza guardado durante anos no Vietname, Laos, Camboja, Tailândia e Myanmar (antiga Birmânia), ao longo dos 4350 km do rio Mekong: 100 novas plantas, 28 peixes, 18 répteis, 14 anfíbios, dois mamíferos e uma ave.







A novidade foi dada pela WWF (World Wide Foundation), organização não governamental que se dedica à conservação da natureza e das espécies: promove a descoberta de novas, como neste caso, e desenvolve iniciativas de protecção dos animais, em geral, e daqueles que estão em vias de extinção, em particular.

A WWF mostra-se preocupada com a conservação dos habitats das espécies agora descobertas, uma vez que as alterações climáticas podem provocar um aumento do nível médio da água do mar. E o delta do rio Mekong é um dos três mais vulneráveis do planeta. Quem adianta estas informações é o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas da ONU.

A WWF faz eco das preocupações. "Espécies raras como estas que acabam de ser descobertas são especialmente vulneráveis às alterações climáticas que reduzirão os seus já restritos habitats", avisa Stuart Chapman, director do Programa da WWF para o Me-kong, ao jornal El Mundo.








Mas se há preocupações que só o futuro dirá se se se justificam, há consequências do aquecimento global que já se sentem. A prova são os dados adiantados pelos investigadores sobre a paisagem natural que alberga estas espécies: só 5% se mantêm intactas.

Ângela Moreira, representante da WWF, em Portugal, diz ao DN que o combate às alterações climáticas é uma luta quotidiana, em que todos podem participar, "tirando os carregadores da ficha, por exemplo". E garante que esta descoberta é importante: "Isto prova que o nosso mundo é mesmo um planeta vivo e que, mesmo em momentos de crise ecológica, consegue reinventar-se."

DN CIÊNCIA

Fotos da Net

GOLDFINGER


2 comentários:

Filoxera disse...

Há tantos gestos tão simples...
Um beijinho.

Elvira Carvalho disse...

Excelente texto. Obrigada pela partilha já que eu não tinha lido nada sobre o assunto foi muito bom para mim. Um abraço