quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

ONDE É QUE ISTO VAI PARAR?






Pagos para travar o Benfica, jogadores de Matosinhos confirmaram incentivos


O empresário Jorge Teixeira está sob investigação a cargo do Ministério Público por alegadamente ter abordado os três capitães do Leixões (Nuno Silva, Hugo Morais e Joel) e feito uma oferta de 50 mil euros para os matosinhenses conseguirem pontuar no Estádio da Luz - em jogo relativo à 6.ª jornada do campeonato.

Jorge Teixeira, filho do ex-presidente do Leixões, José Manuel Teixeira, já foi mesmo constituído arguido num processo que poderá ir muito além deste Benfica-Leixões, que terminou com a vitória dos encarnados por 5-0, a 26 de Setembro do ano passado. A investigação do MP envolve, desde logo, o Sp. Braga, porque terá sido em nome do clube bracarense que a oferta foi feita. De resto, no decorrer da investigação, os próprios capitães do Leixões terão admitido que, nessa abordagem, Jorge Teixeira prometeu o referido prémio envolvendo o nome do Sp. Braga.

O presidente do Leixões, Carlos Oliveira - que só tomou conhecimento da situação a posteriori -, mostrou-se indignado e falou com os três jogadores, que lhe confirmaram os contactos por parte de Jorge Teixeira. Nuno Silva, Hugo Morais e Joel, apurou o nosso jornal, confessaram inicialmente o caso ao treinador José Mota
enquanto a equipa viajava, no próprio dia do jogo, em direcção a Lisboa.







Existem várias questões suscitadas no inquérito que está em andamento e, desde logo, uma delas é apurar se o referido empresário dispõe de condições para, em nome individual, realizar uma acção desta
grandeza de valores, embora Record também saiba que a investigação procura simultaneamente saber se existe algum grau de relação entre Teixeira e o clube que lidera o campeonato. Por outro lado,
António Salvador, presidente do Braga, terá ele próprio tomado a iniciativa de denunciar o caso à polícia no momento em que tomou conhecimento que o nome do seu clube aparecia envolvido nesta história.

De acordo com fonte junto do processo, este dossier iniciado a partir do Benfica-Leixões será apenas uma pequena parte de uma investigação mais alargada. Que, neste momento, até já deverá incluir a análise a mais jogos da Liga Sagres - com vista a apurar se existem outras ofertas e de que género, procurando o MP aí
encontrar casos de infracção mais grave, como por exemplo aliciamento para uma equipa se deixar derrotar. Nesse caso, a prática já configuraria corrupção.







"Jó" não era apenas o filho do presidente

O homem que está no olho do furacão é um jovem de 32 anos que tentou fazer uma carreira de futebolista. Jorge Teixeira, conhecido apenas por "Jó" entre os seus amigos mais próximos, foi jogador do FC Porto nas camadas jovens e ainda tentou como sénior afirmar uma carreira de futebolista, tendo jogado no Torre de Moncorvo.

Jorge é filho de José Manuel Teixeira, presidente do Leixões nos anos em que a equipa, sob as ordens de Carlos Carvalhal, conseguiu estar presente na final da Taça de Portugal (época de 2002/03) e regressar às competições europeias. Já muito próximo do clube, Jorge Teixeira acabou por ascender ao cargo de gestor
desportivo, acompanhando os últimos meses da presidência do seu pai, um antigo jogador do Leixões conhecido pela sua raça.

José Manuel Teixeira assumiu a presidência do clube escorado também no facto de na altura ser casado com Sílvia Carvalho, filha de um dos principais accionistas da SAD, o empresário da área dos congelados Manuel Carvalho. Tudo ficou mais difícil para José Manuel Teixeira quando se separou de Sílvia, tendo permanecido na estrutura do clube já quando Carlos Oliveira assumiu a presidência da SAD, mas saindo do clube no ano em que este conseguiu finalmente ascender, sob o comando de Vítor Oliveira, à 1.ª Divisão (época de 2006/07).







Jorge Teixeira saiu mais cedo que o pai, depois de chegar a acordo com o Leixões, tendo a administração alegado que tinha um vencimento incomportável com as suas funções. A actual administração terá detectado também situações que a levaram a romper com Teixeira pai e filho, que desde então se têm mantido
numa oposição apagada à equipa conduzida por Carlos Oliveira. Jorge Teixeira enveredou então pela carreira de empresário de jogadores, aproveitando os contactos privilegiados que tinha com alguns protagonistas do futebol. Era conhecida a sua ligação a José Gomes, actual treinador adjunto de Jesualdo Ferreira no FC Porto, ao qual chegou mesmo a organizar uma festa de homenagem depois da passagem, sem sucesso, deste treinador pelo Leixões.

Note-se que o pai de Jorge Teixeira surgiu nas últimas eleições autárquicas a apoiar a candidatura de Narciso Miranda, antigo presidente da Câmara de Matosinhos que perdeu as autárquicas do passado dia 11 de Outubro para Guilherme Pinto, de quem Nuno Oliveira, um dos filhos de Carlos Oliveira, é o n.º 2 no executivo.

O Benfica-Leixões de que agora se fala aconteceu duas semanas antes.







Expulsões, polémica e goleada

O Benfica-Leixões, que agora está a ser investigado pelo Ministério Público, foi um jogo envolto em polémica em que o Leixões acabaria a partida apenas com 9 elementos em campo, fruto das expulsões de Pouga (27') e Nuno Silva (54') por parte do árbitro João Capela.

Apesar do juiz lisboeta ter tido decisões acertadas ao mostrar o cartão vermelho aos dois jogadores matosinhenses (ambos por contínuo recurso a faltas perigosas), o técnico José Mota não calou a indignação no final da partida. "A expulsão de Pouga foi a pedido dos jogadores do Benfica", afirmou o técnico do Leixões.







Contudo, e tendo em conta as análises da maioria dos jornais no dia seguinte ao encontro, ficaram ainda duas grandes penalidades por marcar a favor dos encarnados: aos 15' falta de Nuno Silva sobre Cardozo na grande área e aos 37' por carga de Tucker sobre Ramires. Dois lances numa altura em que o resultado persistia ainda num nulo que só seria desfeito já nos descontos concedidos por João Capela na primeira parte, quando David Luiz desviou de cabeça um livre lateral cobrado por Pablo Aimar. No segundo tempo, o Benfica viria a marcar mais 4 golos por Cardozo (2), Ramires e Maxi.

Autor: NUNO FARINHA/Jornal Record
Data: Quarta-Feira, 27 Janeiro de 2010



Comentário:

Onde será que toda esta onda de subornos, escutas que não valem, aliciações, apedrejamentos, apitos, túneis, claques, viciações, escolhas de árbitros, frutas para a noite, quinhentinhos, viagens ao Brasil, presidentes ruinosos, seguranças, policias reformados, ataques na comunicação social, divisões norte/sul, palavreado ordinário de claques, erros grosseiros de arbitragens, processos em tribunais, sumaríssimos, clubes falidos, ordenados em atraso, etc., nos levarão?

Lembro-me tão bem de como isto era antigamente. Íamos aos estádios em perfeitas condições de segurança! Tínhamos rivalidades e à segunda-feira discutíamos de forma sadia os resultados das nossas equipas! Convivíamos uns com os outros e nunca ouvi alguém dizer algo que dividisse o país em Norte e Sul! Os adeptos cantavam os seus incentivos sem ofensas e ouviam-se as respostas nos estádios, à vez, mas de forma ordeira!

E hoje? Que se vê? Dirigentes cegos e incendiários? Jogadores que mais não fazem que aproveitarem os contratos das suas vidas sem provarem em campo? Quantos jogam por amor à camisola? Quantos permanecem nos clubes mais de três/quatro anos? Quem leva a família aos estádios descansado? Quantos jogos acabam sem que se registem confrontos entre adeptos?

Não sei não! Isto não vai dar bons resultados nem trará paz ao mundo do futebol. E ninguém faz nada. Parece que os altos responsáveis assobiam para o lado como se nada se estivesse a passar.


Puxando a brasa à minha sardinha, porque será que o Benfica, que até anda a ganhar campeonatos de cinco em cinco anos, incomoda assim tanta gente logo que a sua equipa começa a mostrar em campo que de facto está melhor em jogo jogado que as outras equipas?

Calma meus senhores! Isto chega para todos! Não têm é de ser sempre os mesmos!

Fotos da Net

GOLDFINGER


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