quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

SISMO NO HAITI: UM PAÍS RUIU E AGORA É UMA IMENSA VALA COMUM






Há um português entre os feridos


Um sismo de 7.0 rasgou o coração do país mais pobre do hemisfério ocidental e a ajuda humanitária terá de ser massiva. Informação oficial das baixas: "Bastante mais de 100 mil mortos". Entre os portugueses há pelo menos um ferido, com uma perna fracturada.

"Andar na rua é caminhar sobre cadáveres. O meu país deixou de existir" - e Elisabeth calou-se. René, o marido, socorreu-a: "O Parlamento ruiu, o hospital central ruiu, prisões ruíram, escolas ficaram reduzidas a restos de pó. Há escolas cheias de cadáveres..." - e depois também René emudeceu.

Elisabeth e René Préval, primeira-dama e presidente do Haiti, olhavam de frente a catástrofe: o Palácio Presidencial, conhecido como Casa Branca, aluiu, as colunas quebradas, todo ele amochou como papel. "Imaginem agora como ficaram as nossas pobres casas", comentou Jean-Baptiste, da Cruz Vermelha haitiana: "É inimaginável. Há demasiadas pessoas a precisar de ajuda. Temos falta de tudo, até de sacos de mortos".

A catástrofe é um número: 7.0, escala de Richter (vai até 10.0, valor extremo nunca registado), um sismo que abanou toda a Hispaniola, ilha caribenha partilhada pelo Haiti e República Dominicana. Foi anteontem, às 16.53 horas (21.53 em Portugal), 15km a oeste de Port-au--Prince. O tremor estendeu-se a tudo à volta, Cuba, Jamaica, Porto Rico, Bahamas, mas o pior é no epicentro e o epicentro é isto: Port-au--Prince, cidade planificada nos anos 1950 para 250 mil pessoas; hoje é habitada por mais de três milhões.

É o número desesperado da Cruz Vermelha Internacional, que pede "ajuda massiva": três milhões afectados pelo sismo, o mais grave da história do país mais pobre do hemisfério ocidental. O número de mortos, com milhares de desaparecidos, soterrados, é incalculável. "Não sabemos quantos de nós pereceram. Falaram em 50 mil", disse o presidente Préval. Jean-Max Bellerive, primeiro-ministro, apontara estimativa pior: 100 mil.

Português fractura uma perna

Segundo a Secretaria das Comunidades Portuguesas, há 12 cidadãos nacionais na ilha. "Os contactos têm sido impossíveis", disse fonte consular, que já conseguiu, no entanto, localizar três. Um deles é Mariana Palavra, jornalista ao serviço da ONU. "Ela está bem, embora assustada", contou um amigo ao JN. Há também um funcionário da Organização Internacional das Migrações, Nuno Nunes, e um operário de uma multinacional em Port--au-Prince, de 55 anos. O JN apurou entretanto que este português ficou ferido. "Não conseguimos falar para lá, mas disseram-nos que partiu uma perna", disse um familiar. "Tirando isso, está bem".

Jornal de Notícias/ JOSÉ MIGUEL GASPAR, CLÁUDIA MONTEIRO E MANUEL MOLINOS

Comentário:

Ao longo do dia de hoje, fui tentando estar a par das notícias sobre esta tragédia que se abateu sobre o Haiti. Fiquei chocado com as primeiras imagens e pensei para comigo que este sismo poderia ter acontecido em qualquer parte do globo, em qualquer dia e a qualquer hora.

Não tive logo a noção da dimensão dos estragos, nomeadamente sobre o número de vítimas, mas ao ver as imagens que foram chegando aos órgãos de informação calculei que esse número seria elevado.

Numa catástrofe destas é que percebemos como não valemos nada e que estamos à mercê da natureza e dos seus desígnios. Podemos ser inteligentes, ir descobrindo curas e avanços da ciência, mas perante as forças da natureza tudo o que o homem representa é zero.

O mal é que também contribuímos para os efeitos maléficos no meio ambiente, e parece que a tal inteligência com que os homens foram contemplados, não serve para se entenderem e arrepiarem caminho. São muitos os interesses dos grandes países e o mundo não encontra fórmula de evitar o progressivo degradar do meio ambiente.

O Sismo no Haiti, pôs-me a pensar. Já tenho alguns aninhos e passei por alguns tremores de terra em Portugal que nunca mais esquecerei. Outros houve, que quase destruíram Lisboa e algumas outras terras portuguesas mas a esses eu não assisti. Sei que houve em 1755 muitos mortos, mas perceber que as vítimas deste ataque da natureza podem ascender a 500.000 mortos…Santo Deus!

Que Deus proteja os sobreviventes e que o Mundo ajude aquele país tão pobre, como de resto já começou a acontecer. Quanto aos mortos, Paz às suas almas.

GOLDFINGER

Foto da Net


2 comentários:

gaivota disse...

mais uma catástrofe, é terrível, ainda mais num país tão pobre, tão 'em baxo'
que Deus os proteja e ajude!
beijinhos

Branca disse...

Olá António,

A natureza às vezes tem tanto de bela como de madrasta e é lamentável quando são os mais pobres dos pobres a serem constantemente flagelados.
Beijinhos
Branca