segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

SOBRE A INDISCIPLINA NAS ESCOLAS


O aumento da violência nas escolas reflecte crise de autoridade familiar.


A minha amiga Isabel Lopes, professora dedicada, enviou-me este texto de que gostei e com o qual concordo, e por isso achei por bem partilhá-lo convosco.”



Especialistas em educação reunidos na cidade espanhola de Valência defenderam hoje que o aumento da violência escolar deve-se, em parte, a uma crise de autoridade familiar, pelo facto de os pais renunciarem a impor disciplina aos filhos, remetendo essa responsabilidade para os
professores.
Os participantes no encontro “Família e Escola, um espaço de convivência”, dedicado a analisar a importância da família como agente educativo, consideram que é necessário evitar que todo o peso da autoridade sobre os menores recaia nas escolas.
As crianças não encontram em casa a figura de autoridade, que é um elemento fundamental para o seu crescimento, disse o filósofo Fernando Savater.

As famílias não são o que eram antes e hoje o único meio com que muitas crianças contactam é a televisão, que está sempre em casa sublinhou.
Para Savater, os pais continuam a não querer assumir qualquer autoridade, preferindo que o pouco tempo que passam com os filhos seja alegre e sem conflitos e empurrando o papel de disciplinador quase exclusivamente para os professores.
No entanto, e quando os professores tentam exercer esse papel disciplinador, são os próprios pais e mães que não exerceram essa autoridade sobre os filhos que tentam exercê-la sobre os professores, confrontando-os, acusa.
O abandono da sua responsabilidade retira aos pais a possibilidade de protestar e exigir depois. Quem não começa por tentar defender a harmonia no seu ambiente, não tem razão para depois se ir queixar sublinha.
Há professores que são vítimas nas mãos dos alunos. Savater acusa igualmente as famílias de pensarem que ao pagar uma escola deixa de ser necessário impor responsabilidade, alertando para a situação de muitos professores que estão psicologicamente esgotados, e que se transformam em autênticas vítimas nas mãos dos alunos.
A liberdade, afirma, exige uma componente de disciplina que obriga a que os docentes não estejam desamparados e sem apoio, nomeadamente das famílias e da sociedade.
A boa educação é cara, mas a má educação é muito mais cara, afirma, recomendando aos pais que transmitam aos seus filhos a importância da escola e a importância que é receber uma educação, uma oportunidade e um privilégio.
Em algum momento das suas vidas, as crianças vão confrontar-se com a disciplina, frisa Fernando Savater.
Em conversa com jornalistas, o filósofo explicou que é essencial perceber que as crianças não são hoje mais violentas ou mais indisciplinadas do que antes; o problema é que têm menos respeito pela autoridade dos mais velhos.
Deixaram de ver os adultos como fontes de experiência e de ensinamento para os passarem a ver como uma fonte de incómodo. Isso leva-os à rebeldia, afirmou.
Daí que, mais do que reformas dos códigos legislativos ou das normas em vigor, é essencial envolver toda a sociedade, admitindo Savater que mais vale dar uma palmada, no momento certo do que permitir as situações que depois se criam.
Como alternativa à palmada, o filósofo recomenda a supressão de privilégios e o alargamento dos deveres.

Fernando Savater

Foto da Net

GOLDFINGER


3 comentários:

Elvira Carvalho disse...

Sem tempo para mais deixo um abraço e desejos duma boa semana

Mare Liberum disse...

Bem-hajas, amigo!

Muito, muito, obrigada.

Mil beijinhos

Anónimo disse...

AI JESUS ! ESTA GENTE CADA VEZ E MAIS MAL-EDUCADA !
QUE TRISTEZA , SE FOSSE COMIGO DAVA-LHE LOGO DUAS CHAPAS QUE A MIÚDA ATE VOAVA ! -.-'