segunda-feira, 19 de outubro de 2009

FALEMOS DE OBESIDADE




29% das crianças dos 2 aos 5 têm excesso de peso

Primeiro estudo nacional mostra que a obesidade atinge já um terço dos meninos em idade pré-escolar. Uma maior prevalência que nos adolescentes. Dados são apresentados hoje, Dia Mundial da Alimentação

Em Portugal, 29% das crianças entre os dois e os cinco anos têm excesso de peso. E 12,5% são obesas. É a conclusão do estudo da Plataforma Contra a Obesidade, que hoje será apresentado no âmbito do Dia Mundial da Alimentação, e que, compara este grupo etário ao dos adolescentes (11a15 anos). Demonstra que os mais novos estão mais gordos e que a dieta tem de começar logo no berço.






O Estudo de Prevalência da Obesidade Infantil e dos Adolescentes em Portugal Continental, a que o DN teve acesso, é o primeiro a ser realizado a nível nacional para estimar a prevalência do excesso de peso (pré-obesidade) e da obesidade em crianças e adolescentes. E confirma uma tendência que os especialistas têm constatado na prática clínica: os problemas de obesidade começam com crianças cada vez mais novas. O que significa que, se não forem tomadas medidas, teremos, no futuro, jovens e adultos muito mais obesos, sublinha João Breda, coordenador da Plataforma Contra a Obesidade (PCO).

A prevalência de crianças obesas dos 2 aos 5 anos é de 12,5%, mais 1,2% que no grupo dos 11 aos 15 anos. E a pré-obesidade afecta 29% deste grupo, mais 0,8% do que entre os adolescentes. E, neste último segmento, as prevalências diminuem com a idade. Em ambos os grupos, as raparigas revelam maiores problemas de gordura que os rapazes.






Há praticamente um criança com excesso de peso em cada três no País, quando a média europeia é de uma em cinco.

Isabel do Carmo, presidente do conselho científico da PCO, refere que as prevalências de obesidade infantil em Portugal são semelhantes às verificadas em Itália, Grécia e Espanha. Precisamente, os países onde se elogia a chamada dieta mediterrânica.

"Pode parecer um paradoxo, mas uma coisa é o que as pessoas comem no prato e outra é o que comem fora do prato", sublinha Isabel do Carmo. O problema mais grave são os erros alimentares que se cometem entre as refeições.






O estudo foi realizado em Portugal Continental e encontram-se mais diferenças entre sexos do que entre as regiões. Há mais adolescentes obesas no Sul do país, enquanto que a prevalência é maior entre os rapazes que residem no Norte. Em relação aos mais novos, não é feita uma diferenciação de género, sendo que as maiores taxas registam-se no Norte e no Algarve.

Tal como nas crianças, referem os autores do estudo, coordenado por A. Galvão-Teles, a escolaridade dos pais parece "condicionar mais a prevalência de excesso de peso e de obesidade nas raparigas ". Além disso, os adolescentes cujos pais têm menos que nove anos de escolaridade tendem a apresentar as percentagens mais elevadas quer de excesso de peso, quer de obesidade.






No caso das crianças entre os 2 e os 5 anos, são sobretudo as que têm pais com menos de seis anos de ensino que apresentam maiores índices de obesidade.

"A educação alimentar deve começar desde cedo e a partir do momento em que a criança tem a sua diversidade alimentar completa", defende Rodrigues Abreu, um dos autores do "Grande Livro da Alimentação Infantil ". Tem uma consulta de alimentação infantil e o principal obstáculo que encontra é "a vida ocupada dos pais, tornando-se difícil pensar e antecipar as escolhas alimentares". Isto porque "a disponibilidade de alimentos é muito maior actualmente e torna-se imperativo saber escolher".






Os dados do estudo da PCO serão tratados no âmbito da tese de doutoramento de Ana Miranda e de mestrado de Inês Santos. Incide sobre uma amostra de 2560 adolescentes e 2243 crianças entre os dois e os cinco anos. Os critérios para medir a obesidade são os norte-americanos, do Center for Disease Control and Prevention, e que definem os níveis de crescimento médio das crianças (parâmetros do livre verde)

DN Portugal

Fotos da Net

GOLDFINGER



4 comentários:

Maria disse...

Não vejo os pais tomarem consciência deste problema.
São raríssimos os que não permitem que os filhos bebam regrigerantes, por exemplo... ou comam batatas fritas como lanche... enfim, a mudança de mentalidades também é precisa, aqui.

Beijinho, Gold.

Goldfinger disse...

Olá Maria

Pois é como dizes e o pior é que muitas vezes os pais deixam que os filhos se alimentem mal, apenas por questões comodistas.
Mudar mentalidades? Confesso que a dada altura ainda acreditei na mudança e que ela trouxesse essa nova mentalidade, mas não.
Contra mim falo porque também não tive, anos a fio, cuidado com a comida. O tempo para as refeições também era pouco e o comer fora de casa todos os dias complicava as coisas.
Felizmente que a maioria dos meus filhos souberam cuidar-se, exceptuando um que não há meio de se resolver a mudar. Há-de ir.
Beijinhos.

gaivota disse...

é uma realidade que preocupa muita gente, a nível mundial, pois claro!
o chamado fast food é aliciante, barato e é uma "safa" para muita gente, nos adultos por questão de horários de trabalho e da pressa que há sempre, "engolir" qualquer coisa e ter que ir ao supermercado, etc... nas crianças e adolescentes, por vezes até são "instigados" pela família para se ierem habituando a todas essas asneiras alimentares, com regularidade! (é fácil, todos gostam e nem há sopa!) não é por uma dia de asneira que se vira o barco...
eu tive sorte com as minhas filhas porque gostam mesmo é do "tacho", água e/ou sumo sem gás, os meus netos vão pelo mesmo caminho, mas há dias de festa e fechamos os olhos...os refrigerantes com gás são cheios de açúcar, é terrível(eu não gosto de açúcar...)mas há os sumos naturais ou o ice tea, é festa! e batatas fritas,moderadamente...
cada um sabe de si, antónio, mas é muito preocupante a situação!
beijinhos e boa semana (já com cheiro a frio e chuva!)

Goldfinger disse...

Gaivota

São os dias de hoje minha cara amiga.
É difícil mudar este ritmo alucinante em que vivemos. Isso levas os pais a cometerem esses erros tremendos, lamentavelmente.
Um beijinho

António