sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

"SEXTING"






Alertar os jovens para os perigos do "sexting"

Portugal participa em projecto para avaliar noção do risco

Alertar as crianças e os jovens para os perigos da publicação de conteúdos pessoais na Internet é um dos principais objectivos do Dia Europeu da Internet Segura, que se assinala hoje em mais de 60 países. O foco deste ano são as mensagens de "sexting".

Da contracção das palavras "sex" e "texting" nasceu a palavra "sexting", uma forma de designar as mensagens de telemóvel com conteúdos eróticos ou sexuais trocadas entre dois utilizadores e que, de um momento para o outro, podem saltar para o domínio público através da sua publicação na Internet. Sensibilizar as crianças e os adolescentes para estes perigos e para o facto de as mensagens que trocam com amigos ou namorados poderem, mais tarde, ser usadas contra eles como forma de chantagem, pressão ou embaraço é o objectivo da campanha "Think B4 U post!" (Pensa antes de publicares), concebida para assinalar este dia europeu.






Cristina Ponte, investigadora da Universidade Nova de Lisboa e coordenadora para Portugal do projecto EU Kids Online, admite que "muitas vezes os adolescentes e jovens não têm a percepção da diferença entre o espaço público e o privado, nem separam o online do offline". Pelo que aplaude a decisão da Insafe - a rede europeia que trabalha na sensibilização para uma utilização mais segura da Internet - de decidir este ano alertar para a necessidade de um uso responsável da rede. E lembrar que qualquer foto ou conteúdo postado online permanece disponível para qualquer pessoa muitos anos após ter sido publicado.







Não é só dar computadores

Cristina Ponte admite que "nos últimos anos foi feito em Portugal um grande investimento na disponibilização do acesso aos computadores" - com os programas e-escolas e e-escolinhas, terão sido mais de 400 mil - mas lamenta que esse esforço não tenha sido acompanhado de "uma maior visibilidade das questões da segurança e do uso que se pode fazer da Internet", designadamente na formação dos pais e professores. "É como se se pensasse que só pelo acesso as pessoas chegam lá", desabafa, defendendo que deviam existir acções de formação para os pais (por exemplo, em associações de pais, juntas de freguesia e bibliotecas) e também para as crianças, através de jovens formadores.








Estudo envolve 25 mil crianças

Para avaliar o grau de conhecimento que as crianças e adolescentes têm dos riscos que correm na Internet, a rede EU Kids Online decidiu avançar com um inquérito europeu que vai envolver 25 mil crianças, entre os 9 e os 16 anos, naquele que será o maior estudo do género realizado na Europa. Portugal é um dos 25 países que participam neste inquérito que, segundo adiantou ao JN a coordenadora Cristina Ponte, vai envolver mil crianças e adolescentes e seus pais. O estudo, que estará no terreno nos próximos dois meses, tem por base um inquérito com várias perguntas que pretendem apurar os comportamentos dos jovens na Internet e abordar assuntos de risco, como o ciberbullying, a pornografia, as questões sexuais e os encontros offline com pessoas que se conhecem online. Os primeiros resultados serão divulgados em Outubro, num fórum na Internet.

Jornal de Noticias/ GINA PEREIRA

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