sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

… E POR FALAR EM SEXTA-FEIRA 13 ...



Triscaidecafobia é um medo irracional e incomum do número 13. O medo específico da sexta-feira 13 (fobia) é chamado de Paraskavedekatriaphobia ou Parascavedecatriafobia, ou ainda Frigatriscaidecafobia.

Uma Sexta-Feira 13 ou seja, uma Sexta-feira no dia 13 de qualquer mês, é considerada popularmente como um dia de azar. O número 13 é considerado de má sorte. O 13 é considerado um número irregular. A sexta-feira foi o dia em que Jesus foi crucificado e por isso, também considerado um dia de azar. Somando o dia da semana de azar (sexta) com o número de azar (13) temos o mais azarado dos dias.

Esta superstição pode ter tido origem no dia 13 de Outubro de 1307, sexta-feira, quando a Ordem dos Templários foi declarada ilegal pelo rei Filipe IV de França; os seus membros foram presos simultaneamente em todo o país e alguns torturados e, mais tarde, executados por heresia.

Este é sem dúvida o espírito de muitos, mas existem aqueles que consideram, ao invés, que o dia 13 é dia Santo, dia de sorte por ser dia de Nossa Senhora de Fátima. Só que para estes o que está em causa é o dia 13 e não a coincidência de Sexta-Feira 13.

Eu, tento passar um pouco ao lado desta superstição, mas vou contar-vos uma pequena história e depois me dirão se dá para assobiar para o lado.

O José, um cinquentão gordo, bonacheirão e afável, homem de família e sempre bem disposto, aceitou um dia o desafio do sogro para uma viagem até Nespereira perto de Oliveira de Frades, a terra natal onde este sempre voltou a passar férias depois de ter emigrado para Lisboa em busca de melhor sorte. O motivo da passeata era o comemorar de mais um aniversário do sogro do José, e este fazia gosto em “pagar” o almoço pertinho da sua terra Natal.

Saíram de Lisboa, a uma Sexta-Feira 13 de Fevereiro do ano de 1993, depois de um dia de trabalho, mas carregadinhos de vontade na visita e de saborear uma sempre excelente vitelinha de Lafões, que é de comer e chorar por mais.

O nosso José, a mulher, dois filhos e o sogro percorriam assim a A1 no sentido Sul-Norte, quando muito perto da saída para Pombal, a filha, no banco de trás do carro comenta meio em surdina: “Cheira a queimado”

Como muitas vezes acontece, o José olhou em redor, abriu a janela do carro, lançou a ponta do nariz para fora, cheirou e respondeu: “É lá de fora. Alguma queimada…”

Passado o incidente, a viagem continuou. Dois/três quilómetros adiante, de novo a voz da filha do José se fez ouvir: “Continua a cheirar a queimado, e desta vez o cheiro é mais forte”.

O José, confirmando o comentário, acendeu a luz interior do veículo e percebeu que o problema era mesmo real e não lá de fora, como inicialmente pensou. A fumarada era já uma realidade e a única coisa a fazer era encostar à berma, o mais depressa possível, sem pânico, e tentar averiguar a gravidade da situação. Felizmente, o sistema de fecho central de portas ainda funcionou, e todos se puseram a salvo porque as chamas vindas do motor já se viam e num espaço de DEZ minutos, o magnífico Lância Thema esverdeado, ardia como uma tocha. Naquela noite, Sexta-Feira 13, o carro perdeu-se por completo, e o nosso José regressa a casa com a família, completamente destroçados. Bombeiros e GNR tomaram conta da ocorrência e nada mais se pôde fazer.




O José adormeceu perto das cinco da manhã, hora em que conseguiu dizer as primeiras palavras depois do triste cenário a que tinha assistido, pedindo à mulher que por volta das nove da manhã o acordasse pois tinha que fazer.

À hora marcada, levantou-se, chamou um táxi e convidando a mulher para o acompanhar, dirigiu-se ao Stand de um amigo, onde adquiriu um novo/velho carro.

Pegou, na família, e demandou outras paragens para que o sogro satisfizesse a sua vontade de pagar o célebre almoço de aniversário, e ele não ficasse refém do trauma da perda do dia anterior. Desta vez, e por consenso familiar, a viagem fez-se no sentido inverso ao da véspera e lá foram até Vila Nova de Mil Fontes, onde o resto do fim-de-semana foi passado na paz do Senhor.

Um ano depois, no mesmo dia 13 de Fevereiro, já não a uma Sexta-Feira, o José saiu do seu escritório no Cacém, com a mulher e os filhos e dirigiu-se a Paço d’Arcos, onde tinha encontro marcado.

No trajecto, vinda não se sabe de onde, uma jovem senhora conduzindo um pequeno carro, leva-lhe a frente do seu, ficando ferida sem gravidade, mas em estado de choque. Era demais! Que sorte danada, vociferou o José!

Encontro desmarcado, intervenção de novo da GNR que na altura foi chamada ao local, e novo regresso a casa de táxi, que a disposição ficara ali.

De repente, o militar da GNR que tomara nota da ocorrência, dirige-se ao nosso José e pergunta-lhe em ar de curiosidade: “O senhor não teve um acidente há um ano atrás, na Auto Estrada do Norte, perto da saída para Pombal?”

- Acidente não senhor agente, fiquei foi sem o meu carro que ardeu numa mesma noite de 13 de Fevereiro do ano passado, uma Sexta-Feira, respondeu o José!

- Bem me parecia, é que fui eu que tomei conta da ocorrência também na altura, e o seu apelido disse-me qualquer coisa…

Um ano antes, a 140 quilómetros de distância dali, no mesmo dia 13 de Fevereiro, uma Sexta-Feira, o mesmo militar da GNR tomou conta do acidente de então. Coincidência? Quem sabe…

Apenas o nosso José se limitou a pedir ao referido militar que no ano seguinte, naquele mesmo dia 13 de Fevereiro, pedisse dispensa e não saísse de casa, que ele faria o mesmo!

Felizmente, nunca mais se encontraram e o José cumpriu a parte dele. Agora digam lá se não há bruxas???

Fotos da Net

GOLDFINGER


1 comentário:

Maria disse...

Pois parece que sim... bruxas ou bruxos, não sei...

:)))
Bom domingo
Beijinho, Goldfinger
(agora com o toque de Midas nada deve acontecer!) :)