Já 'viram' muita da história do nosso país, mas nem todas estão bem tratadas. Falamos das árvores classificadas como de Interesse Público. Apesar de a esmagadora maioria estar em bom estado, algumas delas, com bastante importância, estão a adoecer, a secar ou não foram recuperadas depois de um acidente natural. No Algarve está a árvore mais antiga de Portugal
Catorze das 409 árvores nacionais classificadas de Interesse Público estão em mau estado vegetativo. O choupo-híbrido da Quinta dos Lilazes, em Lisboa, "com perigo de desprendimento de ramos" secos, e a azinheira da Herdade de Pias, em Mértola, "sem qualquer possibilidade de recuperação", são duas destas árvores, estando até em vias de desclassificação por estarem a secar, segundo indicou a Autoridade Florestal Nacional (AFN).
A "lista negra" da AFN integra o castanheiro de Guilhafonso, na Guarda, com 517 anos, "a viver em dificuldade por ter sido atingido por um raio", o sobreiro de Reguengo Grande, Odemira, que tem o tronco "oco e com podridões", e também o castanheiro de Alto dos Malhões, Bragança, que se encontra gravemente doente. Outro caso é a tamareira de Quinta da Prata,
"De um modo geral, as árvores classificadas de Interesse Público apresentam-se em bom estado vegetativo, face à idade e ao local onde estão inseridas", explica Campos Andrada, técnico-superior da Direcção de Unidade de Defesa da Floresta da AFN. Mas, acrescenta, "muitas delas estão em stress", mesmo antes da classificação, porque se situam no meio da cidade, em "solos impermeabilizados e em caldeiras por vezes insuficientes para a sua dimensão". "Outras, por se encontrarem em parques ou jardins muito frequentados pelo público, ficam sujeitas à compactação de raízes", diz o técnico.
Apesar de secas, algumas árvores mantêm, excepcionalmente, o estatuto de interesse público, a mais alta distinção atribuída ao património arbóreo, pela sua história. É o caso do castanheiro com 737 anos localizado junto ao Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, Lamego, cuja solução encontrada para o salvar foi a plantação de uma hera no seu interior dando-lhe o formato de uma copa. Do "Carvalho do Presépio", Castro Daire, em cuja cavidade se fazia um presépio, apenas restam vestígios do tronco primitivo.
A árvore fica próximo da Capela de Nossa Senhora do Presépio, onde, de acordo com a tradição, descansavam e rezavam os templários. Foi plantada no interior de um velho carvalho que remontava à fundação de Portugal e que foi derrubado em 1987 por causa de um temporal que praticamente o destruiu.
por BRUNO ABREU, DN Ciências
Foto do DN Ciências
Comentário:
Não são só as árvores centenárias que estão em risco de morrer, algum do nosso património cultural está também moribundo por falta de recuperação e ou manutenção. É assim o nosso país infelizmente.
GOLDFINGER
1 comentário:
Um beijinho.
Bom fim-de-semana.
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