Ondas de calor mais prolongadas, períodos de chuva intensa mais frequentes e vagas de frio são algumas das catástrofes ambientais reservadas para Portugal, resultado do aumento da temperatura. O cenário é traçado pelo presidente do Instituto de Meteorologia, Adérito Serrão, que registou um aumento de 1,2 graus na temperatura de Portugal desde 1930.
"Os fenómenos extremos podem vir a ter uma frequência maior do que no passado. Estamos a bater recordes sucessivos de Verões mais quentes e ondas de calor mais prolongadas. Nos últimos 30 anos houve uma curva ascendente nas temperaturas médias", alerta Adérito Serrão, acrescentando: "Se a projecção se mantiver, terá efeitos graves. Tudo o que ultrapassa os dois graus em relação a 1990 tem consequências com irreversibilidade nos ecossistemas e poderá gerar catástrofes, como aconteceu no passado, mas agora com mais intensidade."
A temperatura média em Portugal subiu 1,2 graus desde 1930. Antes disso demorara um século para aumentar 0,8 graus. Esta diferença significativa explica-se em grande parte pela Revolução Industrial, que trouxe alterações nas emissões de dióxido de carbono.
O Instituto de Meteorologia tem um projecto em parceria com a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa para estudar estes cenários climáticos e medir os seus impactes no continente. Os resultados destes estudos podem sustentar políticas de adaptação às alterações climáticas.
"Temos de actuar ao nível da adaptação. É necessário estimar o que vai acontecer para os vários sectores terem medidas adequadas às alterações climáticas. Tudo o que estiver na mão do Homem deve ser tentado e conseguido", disse.
O IM e a Faculdade de Ciências estão a acompanhar todas estas matérias, através da monitorização do presente, do registo de situações históricas – com a ajuda de uma base de dados reportados a 1931 – e da ‘cenarização’ do futuro. "Com a ajuda da Ciência, há espaço para monitorizar e antecipar os efeitos do clima, mas também para encontrar substitutos energéticos, sem perda de competitividade".
DÉCADA MAIS QUENTE DE SEMPRE
Esta década é a mais quente de todos os tempos e 2009 poderá ficar como um dos anos mais quentes de sempre. O alerta foi dado pelo secretário-geral da Organização Mundial de Meteorologia, Michel Jarraud. "A década de 2000-2009 é, muito provavelmente, a mais quente de sempre. Mais quente do que a década de 90, do que a década de 80 e por aí adiante", disse Michel Jarraud.
LISBOA É A 18ª MAIS VERDE DA EUROPA
Lisboa é a 18ª cidade mais verde de um total de 30 metrópoles europeias analisadas pelo Índice Europeu de Cidades Verdes. Copenhaga, a capital da Dinamarca, onde decorre a cimeira das Nações Unidas para as alterações climáticas, ocupa o primeiro lugar das ‘cidades verdes’. Este estudo foi apresentado ontem em Copenhaga, nas sessões paralelas à cimeira. Realizado pela Economist Intelligence Unit, o ‘índice verde’ analisou o actual desempenho ambiental das 30 principais cidades europeias e os seus futuros compromissos de redução do impacte ambiental em oito áreas (emissões, energia, edifícios, transportes, água, lixo e uso do solo, qualidade do ar e governação ambiental). Copenhaga obteve 87,31 pontos em cem possíveis, enquanto Lisboa recebeu 57,25, ficando aquém dos valores obtidos por outras capitais de rendimento médio e clima quente, como Madrid (67,08) ou Roma (62,58). Os segundo e terceiro lugares do pódio foram atribuídos, respectivamente, a Estocolmo (Suécia) e Oslo (Noruega). As piores classificadas foram Kiev (Ucrânia), Sofia (Bulgária) e Bucareste (Roménia).
Correio da Manhã
Fotos da Net
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