Inovação no ensino de Português vale prémio a imigrante
Ucraniano a viver há nove anos em Portugal investiu em cursos de línguas áudio destinados a russófonos.
Por ter sentido na pele a dificuldade de comunicar quando chegou a Portugal, no ano 2000, Oleksandr Ostapenko, 37 anos, decidiu investir em cursos áudio de Português para imigrantes. A inovação vai valer-lhe um prémio.
Já no ano passado, o imigrante ucraniano tinha concorrido ao Prémio Empreendedor Imigrante, uma iniciativa da Plataforma Imigração que visa premiar imigrantes que se tenham distinguido pelo seu papel empreendedor e responsável no contexto da sociedade portuguesa e que sejam exemplos de integração pró-activa e inovadora e, eventualmente, de estímulo à cooperação entre os seus países de origem e Portugal.
Em 2008 Oleksandr não ganhou, mas voltou a concorrer este ano e não foi com surpresa que recebeu a notícia de que será o premiado com os 20 mil euros, numa cerimónia que tem lugar hoje, Dia Internacional do Migrante, pelas 17 horas, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Ao JN, Oleksandr Ostapenko reconhece que o trabalho que tem desenvolvido nos últimos seis anos de estímulo à aprendizagem da língua portuguesa por parte dos imigrantes russófonos que vivem em Portugal "enquadra-se bem nos critérios" do prémio, pelo que admite que a distinção de hoje não é uma surpresa.
Segundo explicou, a decisão de criar um curso áudio de Português para imigrantes russófonos foi tomada em 2003, na sequência da grande vaga de imigração dos países do Leste Europeu e das dificuldades que essas pessoas tinham
Mais tarde, a empresa de Oleksandr - cuja principal fonte de rendimento é o trabalho como empregado de escritório numa empresa logística da Grande Lisboa - decidiu também lançar um curso de língua russa para portugueses, mas não teve tanto sucesso. Ao contrário, a vontade dos imigrantes em desenvolver ainda mais o Português foi tal que o ucraniano, ajudado por outras pessoas de várias nacionalidades - entre as quais uma tradutora - decidiu em 2007 avançar para um curso de nível II. A ideia já foi alargada a Itália e a Espanha e tem outros projectos em estudo.
GINA PEREIRA Jornal de Noticias
Foto da Net
GOLDFINGER
Sem comentários:
Enviar um comentário