Lisboa - O Governo de Portugal decidiu hoje não permitir o voo ou aterragem nos aeroportos locais de aeronaves que transportem material bélico a Israel, enquanto continuar a ofensiva militar na Faixa de Gaza.
A decisão do Governo socialista de José Sócrates foi adoptada após vários pedidos nas últimas semanas do ministro dos Negócios Estrangeiros Luís Amado, para que se declare um cessar-fogo em Gaza.
A representante da Autoridade Palestiniana em Lisboa, Randa Nabulsi, agradeceu o gesto e afirmou que a ofensiva militar israelita matou muitos civis e violou leis internacionais sobre o uso de armas.
A delegada palestiniana expressou a sua confiança de que a União Europeia (UE) também adoptará medidas e vai reconsiderar a decisão de reforçar as suas relações com Israel.
A Embaixada israelita em Portugal ainda não comentou a decisão do Governo português, que na quarta-feira expressou "a sua profunda preocupação com a situação humanitária em Gaza" e pediu o cessar-fogo e a retirada das forças israelitas do território palestiniano.
Portugal, que esta semana doou 400 mil dólares à Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA) em resposta ao pedido de emergência dessa organização, disse "que não existe uma solução militar" para o conflito.
Além disso, pediu o retorno à via das negociações para "criar um Estado palestiniano independente, viável e democrático, que viva em paz e segurança junto a Israel e seus outros vizinhos".
Angola Press
Representante da Autoridade Palestiniana "aprecia muito" decisão de Portugal sobre voos
A delegada-geral da Autoridade Palestiniana em Portugal declarou este sábado "apreciar muito" a decisão de Portugal de proibir a passagem pelo espaço aéreo português de material contencioso para Israel enquanto se mantiver a operação militar na Faixa de Gaza.
"Apreciamos muito a decisão, que está do lado dos direitos humanos", disse Randa Nabulsi à agência Lusa.
Considerando tratar-se de uma "decisão justa", a diplomata assinalou que "nas últimas três semanas, muitos civis foram mortos (em Gaza) e muitas armas foram usadas contra a lei internacional".
O mais recente balanço de vítimas da ofensiva israelita, lançada a 27 de Dezembro, regista 1.160 mortos e cerca de cinco mil feridos.
Randa Nabuldi disse ainda esperar que "a União Europeia reconsidere a decisão de reforçar as relações com Israel".
Jornal de Notícias
COMENTÁRIO
Não sei dos efeitos práticos desta medida do Governo Português, mas pelo menos é uma tomada de posição pública e positiva que deveria ser seguida por todos os outros países, e que a mim me agradou.
Talvez assim se evitasse o transporte de armas vendidas quer para um lado quer para o outro, do conflito.
A religião sempre foi um foco de divergências entre os povos e o radicalismo, de qualquer das partes, deveria ser banido definitivamente. Quem defende uma religião, tinha a obrigação de defender os direitos humanos e uma sã convivência entre os povos. Infelizmente, não é isso que acontece e de vez em quando assistimos a algumas afirmações pouco felizes que mais não servem que ir alimentando as divergências, especialmente quando são proferidas por responsáveis religiosos de países que estão afastados do cenário dos conflitos, e onde a convivência entre as diferentes religiões até são pacificas. Refiro-me concretamente aos comentários de D. José Policarpo, em relação ao envolvimento amoroso entre jovens católicos e muçulmanos pois são um poço de sarilhos. Não discuto a veracidade dos problemas do envolvimento, e até acredito que sim, que algumas complicações podem surgir, mas se há amor, se há vontade e disposição para o enlace porque não são ultrapassáveis as barreiras religiosas, ou já se entrou na disputa de adeptos das religiões?
Parece-me que num caso destes, todos temos direitos à nossa opinião, mas não temos o direito de inflamar a opinião pública com a nossa, especialmente se formos destacadas figuras públicas, o que é o caso neste particular. Reconheço que foi uma atitude corajosa mas é que há opiniões que podem ser pensadas mas não ditas de qualquer maneira e em qualquer lugar. É “alimentar” ainda mais as diferenças entre credos e raças, ou não será? Qual a necessidade de uma afirmação pública destas em Portugal e num altura em que o conflito entre Palestinianos e Israelitas está de novo ao rubro? Porque será que a Igreja sentiu necessidade de vir amenizar estas afirmações? O poder e as religiões são perigosos quando se juntam, lá isso são. Cega os homens.
GOLDFINGER
Foto da Net
10 comentários:
Meu amigo,
Eu vi ontem que foste logo fazer a correção que a gente sabe, mas juro que só vi no final e até me ri, já tinha chegado lá.
Tem um bom Domingo. Quanto a este post volto logo porque estou de saída e com pessoas à minha espera.
Mil beijinhos.
Branca
QUERIDO AMIGO, MARAVILHOSO TEXTO, SÂO CERTÍSSIMAS TODOS OS TEUS COMENTÁRIOS SOBRE ESTE ASSUNTO... O ÍNICO QUE AQUI LI E FIQUEI ESPANTADA FOI O DE D. JOSÉ POLICARPO... NA MINHA HUMILDE OPINIÃO UM COMENTÁRIO SEM NEXO... UM GRANDE ABRAÇO E UM RESTO DE BOM DOMINGO...
FERNANDINHA
A fé que cega...
Em todos os tempos, o fanatismo religioso matou mais que todos os cataclismas.
Enquanto os homens fabricarem armas, não haverá "cessar fogo".
Obrigada pela tua visita e por me acompanhares.
Um beijo eterno!
Branca
Tem um bom domingo. E obrigado pela dica.
Beijinhos
Fernandinha
Pois, ele há pessoas que se convencem que podem dizer tudo, ou que são donos de tudo e todos.
Por isso, esquecem que a liberdade deles acaba onde começa a do vizinho.
Grande abraço
Menina do Rio
A ambição sempre perdeu o homem. O poder cega-o. As religiões alimentam tudo isso.
Isto um dia muda... espero...
Abraço e um beijinhos
Sempre disse e hei-de dizer que as Religiões só vieram trazer milhares de anos em atraso de aprendizagem ao homem... A Religião é sim, o ópio dos Povos ainda mal preparados para viverem em harmonia com todos.
Claro que tudo o que é mau devia ser banido, como guerras, fome, falta de pão, falta de educação, enfim...mas, a maioria só olha para fora e não sabem ainda olhar para dentro de si...Só quando isso for possível, as guerras acabarão e haverá paz no mundo. Resta aguardar se na realidade a paz ainda virá a tempo!...
Verdade Laura, não encontraria melhores palavras para descrever o que sinto, que as suas.
As religiões encobrem muita coisa, muito mal, e é sob a sua capa que muitas guerras (quase todas) se têm desenrolado.
Claro que nós, que temos a nossa fé, por vezes deixamos que nos enganem, precisamente porque a procuramos. É preciso ver bem quem são os protagonistas, o que querem e quais os fins que procuram.
Beijinhos
Um post excelente que assino contigo,Gold amigo. Em nome da religião muitas atrocidades têm sido feitas como sabes. Não percebo por que razão se continua a gastar tanto dinheiro a fazer a guerra em vez de o utilizarem a matar a fome.Até quando assim ditarão os mandantes do mundo?
Jinhos muitossss
Cata-Vento
Quantas e qual a pior. O mundo tem sofrido mutações graças a elas.
Se já foste a Fátima, provavelmente já viste a nova Igreja do Santuário.
Imaginas o que se gastou naquele templo? O que seria de muitas famílias que tanta fome passam...
São as ambições do homem, a cegueira e a vontade de mandar...
Um bom regresso à semana que aí vem
Jinhos
Enviar um comentário