sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

UMA NOVA ESPERANÇA PARA O CANCRO DA MAMA?






Identificada molécula responsável por metástases do cancro da mama

Estudo conduzido publicado na revista "Oncogene"

Imagine um polvo e um mexilhão. Este fica agarrado às rochas e, por mais fortes que sejam as ondas, não sai do mesmo lugar. O polvo, por outro lado, espalha os tentáculos e aproveita a sua elasticidade para se esticar ao máximo. É mais ou menos esta a diferença entre o cancro da mama que não tem metástases e aquele que invade a pele e outros órgãos. O "polvo" responsável por este tipo de cancro mais agressivo é uma molécula chamada caderina-P e foi identifica por investigadores portugueses num estudo agora publicado na revista britânica "Oncogene".

Os investigadores do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup) descobriram que quando uma mulher apresenta níveis elevados desta proteína tem um pior prognóstico e tende a reagir pior às terapêuticas administradas, o que acontece em um terço dos casos. "Percebemos que sempre que a caderina-P é expressa nos carcinomas as doentes tinham piores prognósticos", explicou ao PÚBLICO Joana Paredes, que liderou a equipa responsável pelo projecto.







Uma caderina é uma molécula ou proteína responsável pelo mecanismo hemofílico de adesão celular. "Funciona como um fecho éclair", exemplifica Joana Paredes. Quando a caderina-P é muito elevada as células, nomeadamente as cancerígenas, ficam com uma organização interna diferente. Isto é, desprendem-se mais facilmente, tornam-se invasivas e podem entrar na circulação, acabando por afectar outros órgãos onde formam metástases.

Contudo, segundo a investigadora portuguesa é possível desenvolver anticorpos que bloqueiem o aumento desta proteína e que permitam, assim, controlar o aparecimento de metástases. Joana Paredes destaca também que o comportamento desta caderina é oposto ao da caderina-E, associada ao cancro gástrico. Quando os níveis desta proteína são baixos os doentes têm pior prognóstico. Na P, os efeitos são exactamente o contrário e é perante altas quantidades que a célula é induzida a produzir "enzimas que degradam a matriz de suporte".

Em Portugal, surgem todos os anos 4500 novos casos de cancro da mama e registam-se 1500 mortes.

Por Romana Borja-Santos / Público.PT

Fotos da Net

GOLDFINGER


2 comentários:

Maria disse...

Quem dera...
Afinal continua a morrer cerca de 1/3 das mulheres que têm cancro na mama...
Sempre oportunos os teus posts, António. Obrigada

Um beijinho

gaivota disse...

será assim, possivelmente, pois isto da ciência mostra sempre mais qualquer coisa, que bom seria esta descoberta ser efectiva!
beijinhos