sexta-feira, 17 de julho de 2009

NASCERAM MAIS CRIANÇAS EM 2008 DO QUE NO ANO ANTERIOR, MAS NÃO CHEGA



Nasceram mais 2183 crianças no ano passado em Portugal do que em 2007, invertendo-se a tendência de descida verificada nos últimos anos. Este aumento não foi, no entanto, suficiente para compensar o número de pessoas que morreram. E, pelo segundo ano consecutivo, as mortes estão acima dos nascimentos. O DN falou com os pais de algumas das crianças.






Nasceram mais 2183 crianças em 2008 do que em 2007 em Portugal, invertendo-se a tendência de diminuição dos últimos anos. Este aumento não evitou, no entanto, que, pelo segundo ano consecutivo, tenham morrido mais pessoas do que aquelas que nasceram, embora com uma diferença pequena: 174. E, segundo os especialistas, ainda é cedo para se falar em inversão.

A população residente em 2008 aumentou para 10 627 250; subida que, em parte, se deve a um maior número de nascimentos. E muitos são filhos de imigrantes, embora a informação do Instituto Nacional de Estatística não indique quantas crianças são de mãe estrangeira. No Algarve, que tem um índice sintético de fecundidade (ISF) de 1,8, superior à média nacional (1,36), houve um aumento de 10% em relação a 2007, o que corresponde a 23% (1139) dos 4804 bebés registados, segundo a Administração Regional de Saúde.

Para João Peixoto, vice-presidente da Associação Portuguesa de Demografia, a subida "é conjuntural", não se prevendo que se esteja a inverter a tendência de diminuição de crianças no País. E justifica: "Numa situação de crise, como a actual, não é previsível pensar numa retoma do ISF. Mesmo os imigrantes, que têm contribuído para um maior número de nascimentos, também são afectados pela situação económica. "






Entre as crianças nascidas em Portugal em 2008 estão a Dalila, o Diogo e o Olivier. A mãe da menina, Carla Silveira, 35 anos, professora de Português e Francês, conseguiu efectivar-se no ano passado. O marido é engenheiro e o casal teria, à partida, condições para ter mais do que um filho. Mas o primeiro, a Catarina, seis anos, tem uma deficiência grave e não diagnosticada, o que levou o pai a desistir de ter mais crianças. "Fiquei grávida e havia o medo sobre o estado de saúde do bebé, mas tinha esperança de que estivesse tudo bem." E assim foi. E o futuro? "Gostaria de ter mais filhos, depende do meu marido."

Susie Garrett deixou a Inglaterra para trabalhar em Portugal. Paul Maria, nascido em território britânico, fez o movimento inverso dos pais, emigrantes, e também veio para cá. Previam estadas curtas, mas acabaram por ficar. São professores no Cambridge, onde se conheceram, e quiseram ter uma maior experiência de vida para ter o primeiro filho. "Costuma-se dizer que quem pensa muito não casa, com os filhos é o mesmo. Mas é ridículo pensar que a crise pode impedir o desejo de se ter um filho", diz Paul. Pensam ter mais filhos.

A Patrícia e o Cláudio Godinho já tinham o Duarte, de 11 anos, e o Dinis, de sete, mas Patrícia engravidou sem programar. Isso não alterou a educação prevista para as crianças: estudam no privado até ao 6.º ano, altura em que passarão para o público. Ele é chefe de cabina da TAP, ela é formadora e sublinha: "A situação económica condiciona o facto de se ter filhos, mas há pessoas mais optimistas, como nós!"

Céu Neves / DN Portugal

Fotos da Net

GOLDFINGER


4 comentários:

Maria disse...

Penso que a "crise" vai travar um pouco o nascimento de crianças nos próximos tempos.
Mas aflige-me ver crianças-mães (ou mães ainda crianças), de 13 ou 14 anos, que nem sequer se vêem a ser mães, como uma reportagem que um dia destes vi. Se não houvesse os avós não sei o que seria daqueles bebés.
Para quando a educação sexual a sério nas escolas?

Um beijinho

Elvira Carvalho disse...

Sou apologista de mais bebés, mas de pais adultos e conscientes. As mães adolescentes afligem-me.
E este ano tenho mais uma para as estatísticas, rsrsrs
Um abraço e tudo de bom

Mare Liberum disse...

O envelhecimento da população portuguesa á preocupante mas também não é fácil fazê-la crescer em tempo de crise mundial.Continuamos, apesar dos números que apontas, com um crescimento natural negativo cujo sentido só será invertido quando os horizontes do trabalho desanuviarem.

Bem-hajas!

Beijinhos mil

gaivota disse...

pela minha parte vou ser mais avó...mas de uma mãe não tão adolescente, já com 26 anos!
este caso que anda em tudo que é média, 12 anos e ser mãe... não comento, "acontece"???
beijinhos