quarta-feira, 15 de julho de 2009

PALMA INÁCIO, REVOLUCIONÁRIO ROMÂNTICO QUE NASCEU E MORREU POBRE.




Morreu Hermínio da Palma Inácio

Combatente antifascista e amante da liberdade, Hermínio da Palma Inácio faleceu hoje, aos 87 anos, na Associação Casapiana de Solidariedade (junto do Estádio Pina Manique), onde estava internado.

Hermínio Palma Inácio nasceu em 1922, em Ferragudo, concelho de Lagoa, tendo passado a sua juventude em Tunes, no concelho de Silves.

Aos 18 anos, abandonou Tunes para se alistar voluntariamente na Aeronáutica Militar, sendo colocado na Base Aérea nº 1, em Sintra, onde tirou o curso de mecânico de aeronaves e o de piloto civil para aviação comercial. Nesta altura estabelece relações com Humberto Delgado e com os círculos contestatários a Salazar.

Amante da liberdade e resistente antifascista, Palma Inácio protagonizou algumas das mais rocambolescas acções de luta contra a Ditadura.

Em 1947, participa numa tentativa de golpe de Estado, onde o seu papel consistia em sabotar aviões, mas acabou por ser preso e encarcerado no Aljube, onde foi torturado durante doze dias sem nunca revelar o nome do chefe da operação..

Protagonizou também o primeiro desvio político de um avião, que haveria de fazer as manchetes internacionais, no dia 10 de Novembro de 1961, assaltando o avião da TAP que fazia o percurso de Casablanca para Lisboa e obrigando o piloto a sobrevoar Lisboa a baixa altitude para poder lançar panfletos antifascistas sobre a capital.

Mas foi o assalto ao Banco de Portugal da Figueira da Foz que acabou por ser considerado o maior golpe de que há memória nas finanças da ditadura. Para financiar a luta antifascista, o grupo de operacionais que acompanharam Palma Inácio, e que viriam a formar mais tarde a LUAR (Liga de Unidade e Acção Revolucionária), levaram na altura cerca de 30 mil contos, tendo fugido de avião até Vila do Bispo, de onde continuaram a fuga de carro primeiro para Espanha e depois para França.

DN Portugal

Nota: Brevemente farei a postagem de um artigo publicado em 28 de Outubro de 2001 na Pública e transcrito em 14.07.2009 no Jornal Público por Paulo Moura. Pela extensão do artigo, farei a postagem em capítulos para que melhor se perceba a Radiografia de um golpe de charme.

Foto da Net

GOLDFINGER


2 comentários:

Elvira Carvalho disse...

E eu estou aqui pronta para essa leitura. Como sabe tenho andado a escrever a história de meu pai, através do século passado. Para isso eu tenho feito muita pesquisa e descoberto muitas coisas que ainda desconhecia acerca da luta pela liberdade. Já me encontrei com este homem, e com muitos mais. Estou agora a caminho de 1950 e até à revolução sei que ainda vou recordar muita coisa que sabia e descobrir muitas mais.
Um abraço e tudo de bom

São disse...

Infelizmente, esta espécie de revolucionários românticos é já extinta...

Um abraço, companheiro.