O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só as que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Fernando Pessoa
Foto da Net
GOLDFINGER
2 comentários:
Pois. Parece que anda muita gente a lembrar deste poema. Nos últimos dias já o li em vários blogues. Será alguma mensagem? Será moda? Ou simplesmente é coincidência?
Um abraço e tudo de bom
Bem-hajas, amigo por me teres trazido um poema. Nem só de pão vive o homem e este meu coração satisfaz-se com um bom naco de poesia.
Beijinhos
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